quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Reflexo

Aquela mulher, eu a olhava e ela me olhava. Dona de um sorriso marginal, trapaceiro, sorria como se já conhecesse toda a minha vida. Ai, meu Deus, queria que não. Ela me encarava, me engolia, como se soubesse de um crime que eu nem lembrava se cometera. Não aguentei. Andei na sua direção, ela revidou. Paramos, nos encaramos. Silêncio. Eu já sabia, o crime foi duvidar de mim.

(Alexandra Nunes)